quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Lady Ignorance, you've got no bliss.


A Sra. Ignorância anda ereta, com as mão presunçosamente postas nas ancas. Ela franze o rosto e despeja, em cuspes bem escarrados, significativas doses de veneno.
A verdade, a confidência, um futuro brilhante, a felicidade alheia, o amor, as aptidões, a paixão pelo que se faz, o abraço despretensioso, o sorriso que nada esconde, a metamorfose, o "apesar de", o brilho próprio, a vontade de ser, o querer, os acasos, a vida que você sempre quis, o... o... Então - uma pausa para respirar - isso tudo e tudo mais, sabe? Isso tudo e tudo mais é uma grande demagogia, utopia forte como Saquê.
Felicidade não há, meus amores. Vida? Bo-ba-gem! Vida não é pra ser vivida, entenda. É bom que perceba que sonhos devem ser podados logo cedo para que cresçam engomados, durinhos, certinhos e sem perspectivas. Porque viver curvado, subordinado e comer pedra de calçamento sem reclamações é muito digno...
Agora, cá entre nós, permito que a Sra. Ignorância acredite que entendi todo seu discurso, porque, do contrário é esforço em vão. Por não querer ouvir, perdeu a audição. Por não querer ver, ficou permanentemente cega. Porém ainda fala com a força comparada à de uma grande tempestade.
Pobre Ignorância. Tão forte, tão presente, mas também toda iludida e miserável.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Tomorrow Never Knows

Turn off your mind, relax and float down stream,

It is not dying, it is not dying
Lay down all thoughts, surrender to the void,
It is shining, it is shining.
Yet you may see the meaning of within
It is being, it is being
Love is all and love is everyone
It is knowing, it is knowing
And ignorance and hate mourn the dead
It is believing, it is believing
But listen to the colour of your dreams
It is not leaving, it is not leaving
So play the game "Existence" to the end
Of the beginning, of the beginning...

domingo, 5 de setembro de 2010

Mais uma de domingo.


Alteração hormonal, tão temperamental.
Frio, não muito.
De calor, nada.
É domingo e eu sinto um vazio sem cura aparente.
Por que dor?
Eu lá tenho motivo?

Sempre lembro de 'Unhappy Girl - Doors' nessas horas.

terça-feira, 13 de julho de 2010


Careço de uma certa liberdade, uma liberdade específica, uma liberdade à meia luz.
Tudo em prol desse sorriso raptor de almas e dos meus sonhos sinestésicos.
Quero todas as cores bonitas, quero todos os sons convenientes, quero todos os sabores e perfumes, quero todo ardor e textura, o real e o surreal, todos os idiomas que sabemos "falar", o leve e a vela, quero tanto que nem sei mais...



domingo, 25 de abril de 2010

Domingos de ócio: um mau negócio


Para, cabeça, para!
Qual é a serventia de me atormentar com tantas hipóteses, com tanta análise, com tanto auto-martírio?
Esses domingos de ócio, ai, são nada bons.



sábado, 20 de março de 2010

Segredos de Liquidificador

Murmúrios ao pé do ouvido, língua dos ventos sulistas, idioma de liquidificador, segredos mudos ao som do blues. Arrepios, calafrios... No escuro do mundo, no escuro do tudo que parece vazio.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010



Quero um banho de chuva, no meio da madrugada, na noite calada, no gramado gelado, na cor púrpura do céu raivoso, no mundo a desabar, na dissonância dos grandes ventos, no beijo da terra úmida, no roçar dos cabelos molhados, no cheiro do ar lavado, no tintilhar das gotas no meu rosto gélido e não ver...
Não ver...
Só sentir...
Sentir e fugir...
Pra dentro de mim.