sábado, 12 de dezembro de 2009


Olho o relógio.
Olho a TV.
Coço os olhos.
Penso.
Me inspiro.
Deixo a inspiração morrer.
A meia luz me convida.
Eu recuso.
Doem-me as costas.
Tenho devaneios.
Sento com postura, então.
Escrevo três palavras.
Leio tudo.
Não tenho vocação.
E sei que não vou ter.
Mas, ainda assim, me agonia pensar que não consigo escrever o que sinto.
Palavras...
Parecem um desses quebra-cabeças...
De 3000 peças.


quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Seja quente ou seja frio, pois se for morno te vomito


Essas cores pálidas que correm de seus lábios, enquanto gasta seu pobre latim, são de uma sinestesia morta, que revolta meu estômago em viagens sóbrias e raivosas, perco até minhas forças para chacoalhar-te até que revire todo o teu ser e tire sua essência tecnicolor, seus sons mais loucos e qualquer outro sopro divino que não permita que eu vire as costas e desista de você para as próximas reencarnações.
Gosto mesmo das cores mais fortes, todas juntas, dos abraços mais apertados, dos gostos mais inusitados, dos sabores delirantes, dos toques que fazem... Ah... Ah... Se tudo que tens são seus chavões revoltados, “as dez mais”, seus arrependimentos mesquinhos e a manchete do dia, corra, pra bem longe, e leve consigo esse sorriso desdentado, essa risada falsa de quem não entende nada e toda essa ignorância cultivada e escondida nas palavras mal pronunciadas. Isso, corra, e gaste essa energia toda em qualquer coisa que fique longe mim, dos meus ouvidos, dos meus filtros e da minha aura.
Eu não agradeço porque você não entende de gratidão, só reconheço que não fez mais que sua obrigação.

sábado, 3 de outubro de 2009

Uma Vitória


Assisti a um horror movie sozinha, de olhos bem abertos, mãos firmes, chocolate derretendo na língua e reparando nos defeitos de efeitos. Tudo bem, as luzes estavam acesas, mas leve em conta que perdi a companhia do outro filho da minha mãe para o sono e que costumo sentir mais medo que a média nacional prevê. Ô meu Deus, que orgulho! Que orgulho!


Hoje é domingo
Pede cachimbo
Cachimbo é de ouro
Dá um estouro
Touro é valente
Mas não mais que eu (...)


Aí fica uma parlenda pra encerrar com cachimbo de ouro, obrigada.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Eternal Sunshine Of The Spotless Mind


Feliz o destino da inocente vestal.
Esquecendo o mundo e por ele sendo esquecida.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças.
Toda prece é ouvida, toda graça é alcançada (...)

sábado, 15 de agosto de 2009

Defenestrar-me-ei


Estou perdendo meus sentidos, inclusive o sexto, em curtos goles. Tenho vivido pouco, com rara paixão de existir; sinto medo, frequentemente, de ser aquela que sou desde que cheguei aqui, saio de casa em passos pequenos e rápidos, com uma espantosa feição de Basset Hound. Quem vê até pensa que sou resumida, de pouco amor, de dor vazia, sem cor, sem piedade. Não discordo, nem concordo, falta-me vontade pra argumentar; não mais brigo, não impesso tragédias, não sou chegada a atrapalhar.

Tenho sido tão útil quanto um murro no vento, tão útil quanto essas palavras, que estão a milhas de ser o que eu queria dizer, e que não falam muita verdade, mas estão reunidas. Meu nonsense atrapalha minha vida. Obrigada.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Quase um Segundo




"Eu queria ver no escuro do mundo
Aonde está o que você quer
Pra me transformar no que te agrada
No que me faça ver
Quais são as cores e as coisas pra te prender
Eu tive um sonho ruim e acordei chorando
Por isso eu te liguei

Será que você ainda pensa em mim?
Será que você ainda pensa?

Ás vezes te odeio por quase um segundo
Depois te amo mais
Teus pêlos, teu gosto, teu rosto, tudo
Tudo que não me deixa em paz (...)"


Quase um Segundo - Cazuza

terça-feira, 31 de março de 2009


A dor infrene, que atropela e avassala meu coração, agora quer ficar, quer fazer morada em minhas entranhas. Hóspede inconveniente que faz meus olhos ressecarem após desaguar, martela minha cabeça, perfura minh’alma. Mas um dia hei de livrar-me de tal martírio, talvez porque o tempo volte, talvez porque o tempo passe.


Tempo, precioso tempo que não perdi, mas não pude segurar, mesmo distante ainda posso amar.
Tristeza, incendiária tristeza que concebi, mas não pude segurar, mesmo distante ainda posso amar.
Súplica, uma nova súplica que gritei, mas não quero segurar, mesmo distante você ainda vai me amar.

Não vai?

sábado, 21 de março de 2009

É tanto amor do qual me inundo

Que não posso afirmar se meu pranto

Se faz da tristeza

Ou da alegria de tê-lo em meu mundo

Nenhuma'lma me explicou

De que se fazia o verbo amar

Pensei que fossem beijos

Pensei que perderia o ar

Mas não perdi

Por pouco



Rascunho de 21/03/09.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Felizes para sempre


Depois do beijo que acordou a Bela Adormecida e aquele que ressuscitou Branca de Neve, depois do casamento entre Cinderella e o príncipe dos seus sonhos, depois do "felizes para sempre" ao final do filme os fatos são bem diferentes.

O charmoso cavalheiro sobre seu cavalo branco encontra sua donzela. Amor a primeira vista! Eles lutam para ficarem juntos, quando o conseguem vivem um relacionamento perfeito... Ele a ama incondicionalmente e a faz sentir a mulher mais realizada da face da Terra, a faz tão feliz que até culpa ela sente.

Mas o tempo passa, e quando a princesa está certa de que seu amor será lindo e eterno... Plim! O príncipe vira sapo. Seu coração não bate forte quando está com ela, ele não diz mais palavras lindas, não se importa se ela chorou, não se desculpa, não faz mais quesstão de fazê-la feliz.


Claro, a princesa também tinha lá seus muitos defeitos... E o princípal deles foi ficar mal acostumada; tudo porque ela acreditou vielmente que seu amor fosse único. Era sim e não mais foi.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Frieza e sanidade aparentes


Em mim existem dois lados distintos, e que soarão bem clichê: o lado de fora, a casca, a aparência e consequentemente o lado de dentro. Eu falo, porque eles REALMENTE são muito diferentes.

Meu corpo oco e meu par de olhos sem brilho dão a perspectiva de um "alguém" comum, sem expectativas, sem opinião, de pouco humor, pouca paixão. Tenho sempre mãos geladas e provavelmente não transmito segurança... Sou cinema mudo, chocolate diet, sã, tão sem graça quanto um chuchu.

O que ninguém vê, e se vê ainda nada viu,é que por dentro me ocorrem explosões a todo momento, explosões de cores, sons, sentimentos. Em mim habitam hippies, poetas, lunáticos, músicos, palhaçoes, lobos, mágicos. Tenho a capacidade de amar incondicionalmente, loucamente e minha ira tem a mesma proporção. Não vivo sem meus sonhos, sem minhas loucuras, sem canções, sem açucar na língua. Sou carente e a camada de gelo que cobre meu corpo é apenas minha armadura. Meu interior é teatral, nem sempre faz rir, mas é intenso.



sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Assim Nascem As Flores


Arno e Zélia Nardini , ambos trabalhadores de uma malharia em Gaspar S.C declaram que ele sempre foi um menino diferente e especial, até na forma como apareceu em suas vidas. Na noite de 22/04/2004, foi deixado na porta do casal, em uma caixa de papelão, com um bilhete: "Cuide bem do meu anjinho e ele transformará sua vida”.


A mãe Zélia Nardini nos conta esta emocionante história:

Aqueles olhos de um azul profundo e aqueles cabelos encaracolados nos deixaram completamente apaixonados. E foi esta paixão que fez com que o Juiz nos desse a guarda provisória e mais tarde a definitiva.

Com pouco mais de oito meses deu seus primeiros passos. Quase morremos de susto quando descobrimos aos três anos e meio , que ele sabia ler. É um menino diferente, afirma Arno. Ele diz coisas de gente grande.

Tem verdadeira adoração por jardins e flores, sendo as rosas, as suas preferidas. Seus enormes olhos azuis parecem luzes intensas quando vê uma delas. É apaixonado pelos avós, os pais do Arno, pois os meus pais já se foram, diz Zélia. O interessante é que nunca os chama de vovô ou vovó. Sempre se refere aos dois como “as minhas florzinhas” e toda semana tem que visita-los, pois com eles construiu um jardim, que tem banco, iluminação e até uma placa de madeira entalhada pelo seu João, pai do Arno”.

Na tarde desta sexta feira , quando o pegamos na creche, notamos que estava eufórico e queria por toda lei ir para casa dos avós, pois disse que três rosas estavam para desabrochar e ele não podia deixar de ver. Tanto insistiu que apesar daquela chuva toda fomos no sábado de manhã leva-lo para o sítio dos avós . Mal chegamos, ele disse pra mim e pro Arno, que devíamos voltar logo, pois estava chovendo e podia não dar tempo, pois ele iria ficar para ver as rosas abrindo. Insistiu tanto que assim fizemos, deixamos ele lá, para meu sogro trazer no domingo. Quando estávamos saindo pela porta, ele pediu para não ficarmos tristes, por ele ficar com suas duas florzinhas e que um anjinho iria me dar uma florzinha também.

Ao ver na TV, no domingo de manhã os estragos causados pelos deslizamentos no morro do baú e ver o estado em que ficou o sítio do meu sogro, entramos em desespero, mas não queríamos acreditar que o pior tivesse acontecido, mas a dura realidade nos fez acordar deste sonho ruim.

As equipes de resgate encontraram abraçados na lama do jardim, meu sogro, sogra e meu pequeno Thiago, juntos a um galho de roseira, que inexplicavelmente estava intacto, com três botões de rosa. Sob os corpos a placa entalhada pelo meu sogro, com os dizeres: “Renascemos de novo, do nada, da lama, do lodo”.


"Não resisti a tanta dor e fui levada ao hospital Santa Izabel e lá depois de medicada, foi constatado que estou grávida. Daí entendi as palavras do meu Thiago quando nos despedimos, que um anjinho também me daria uma florzinha. Que a mensagem entalhada na placa do jardim do meu Thiago, seja o lema para todos aqueles que deixaram um pedaço de suas vidas sob os escombros desta tragédia."


Zélia Nardini.

Daybreak’s Freshguy


You’ve been mean
And we don’t mind
Cause we’re the daybreak sons...

Too late, the night is over
And sun hurts your eyes
Get your stuffs
Momma is waiting for you...
Horns and money
Cigarretes and alcohol
Lunatics whit their screamer guitars
It’s all over now
For a wile at least
Cause you’re lost yet
But soon baby
Soon you’ll be in love with the new life
Go, go home
Papa is angry
His lil boy it’s grown
He’s the night’s fresh guy
And there’s no life
No life once it was started
So come on honey
You don’t need to hide
You need no guide
Cause Moon,
Shining as bright as your desire
Came to illuminate the dirty streets
And to open your trashy mind
Get a breath,
Get one more drink
Forget your girl
She isn’t that nice
And tomorrow,
Night wants you
With motors on
With new sins
It wants you for your hole lifetime

You’ve been mean
And we don’t mind
Cause we’re the daybreak sons

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Hoje


Hoje eu vou gritar tudo que eu sinto à tudo que me incomoda, sim, de uma vez só! Vou juntar meu coração, reorganizá-lo, coformá-lo e vou colocá-lo em seu lugar, onde por tempos um vazio habitou. Só por hoje não vou ligar a televisão, nem ler os jornais; quero me alienar.

Não abra em minha presença o baú com as coisas que eu disse ontem, não refresque minha memória, não espere nada de mim, não anceie, receie! Vou viver só de presente. Só por hoje vou ser mais errante, vou ser tão feliz quanto penso que sou... Todo mundo nasce feliz mas, depois esconde a felicidade, por medo de perder, e aí esquece onde a colocou.

Vou fazer da vida uma festa e da festa a minha vida. Só por hoje convidarei a criança que ficou dentro de mim, para tomar o chá das cinco e para que o adulto, que ainda não existe, tarde a chegar. Só por hoje vou me permitir: quero cantar a música do infinito e viver de coisas que nem eu acredito. Só por hoje, e se tudo der certo, amanhã também.



(Readaptação de um texto de julho de 2007)

Saudade? Presente!




"A palavra Saudade traz em si, diversos significados que podem ser interpretados de acordo com o contexto onde é aplicado. Sua origem encontra-se no Latim, Solitate, e se pesquisada, descobriremos que a conotação contemporânea distanciou-se da original. Saudade não mais se refere ao sentimento de solidão preservado em variações de línguas românicas como o espanhol: soledad e soledat.
Sobre a saudade, podemos encontrar definições como "Sentimento mais ou menos melancólico de ausência, ligado pela memória à situações de privação da presença de alguém ou de algo, de afastamento de um lugar ou de uma coisa, ou à ausência de certas experiências e determinados prazeres já vividos e considerados pela pessoa em causa como um bem desejável"; ou "Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa ou coisa distante ou extinta. Pesar pela ausência de alguém que nos é querido". Como sinônimos, encontramos Lembrança e Nostalgia."




Ah, pura balela! Saudade, nem o coração entende...


Para mim: dorzinha no peito, beijo na foto, pensamento distante, rosto inchado, olhos franzidos, abraço apertado, faltam palavras, tempo que não passa, tempo que não volta, triste sorriro, doce nostalgia.




obs: Hoje sobra disposição e falta criatividade.




sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Diferente... Igual?


Estive caminhando pelos becos escuros da minha mente insólita, um passeio sem surpresas... Ou na verdade sim, a surpresa insólita: eu não mudei, sou a mesma cópia de carbono que era há dias, meses e anos atrás; meus medos de desejos são os mesmos, só estão mais disfarçados.
É inegável minha decepção. Da minha sede de ser nova ficou apenas querer, porque sou eu mesma e ajo como quem não quero ser; ah, bendita confusão. Já não me importa o que vi pela janela do passado, porque de repente não acredito mais.
Eu mudei sim, e como!
Prove-me o contrário.